Tem Culpa Eu? (Confessa, você riu!)

A culpa que você sente é do bem ou do mal?

Mesmo antes do bebê nascer, a gravidinha já se pergunta se algo que fez ou deixou de fazer pode ter afetado negativamente seu baby... Desde o momento do “positivo”, a culpa passa a fazer parte da vida da mãe... e com as concurseiras não é diferente.

Interessante é notar que nem mesmo as mães em tempo integral estão livres dela! Enquanto as mães que trabalham se questionam se estão em falta com seus filhos, se estão sendo ausentes, as mães full-time se perguntam se o excesso de apego está deixando seus filhos muito dependentes.

Minha filha Maria Isabel, hoje com 7 anos, costumava, ao assistir os desenhos, classificar os personagens – os “do bem” e os “do mal”. Esse maniqueísmo, normal das crianças pequenas, vai nos servir bem aqui como recurso de retórica.

Precisamos aferir se a culpa que sentimos é a culpa “do bem” – aquela que surge de uma autocrítica e de um sentimento saudável de responsabilidade, e que usamos para melhorarmos como mães ou pessoas, ou a culpa “do mal”, que vai minando o seu bem-estar e, a longo prazo, os relacionamentos familiares, que deriva de uma fantasia de onipotência, de vestirmos o papel de mulher-maravilha - aquela que nos faz pensar que é possível dar conta de tudo, o tempo todo, e com perfeição – acredite: NÃO É!

Mamãe que trabalha e estuda, você NÃO precisa, em 24 horas, acordar super-mega animada para correr na esteira e treinar, estar atenta e pronta a todo e qualquer sinal de seu filho, comandar a colaboradora, manter um ritmo frenético de produção no trabalho, estudar 6 horas líquidas por dia, entre doutrina, lei, jurisprudência e questões, estar linda e sexy todos os dias, namorar, dormir 8 horas... ufa, cansei só de pensar.

E a mamãe que deu pausa na carreira para cuidar do baby também NÃO tem obrigação de amamentar até os dois anos, cozinhar com ingredientes orgânicos, levar as crias ao teatro, ao museu, construir brinquedos artesanais, contar histórias interessantíssimas, dormir com o filhote na mesma cama todas as noites.... e ainda bater todas as metas, cumprir todos os ciclos, e gabaritar todos os simulados. Observe que todas as escolhas mencionadas são válidas, mas eventualmente não conseguir mantê-las não pode ser uma fonte de estresse e ansiedade.

No caso das mães solo, é ainda mais estressante ter que lidar com todas as situações e tomar, sozinha, todas as decisões. Tiro o chapéu para vocês! Mas não se sintam culpadas por se sentirem exaustas e quererem alguns momentos só para vocês, isso NÃO faz de vocês egoístas, ok?

Um conceito que já conhecia de ouvir falar, mas parecia abstrato, é o “tempo de qualidade”. Eu achava que “tempo de qualidade” era sentar no chão, contar histórias incríveis, fazer slime com as crianças (estou doida pra essa moda acabar), costurar para a Barbie. Como sou uma pessoa com habilidade manual ZERO e sem paciência com filmes e programas infantis (com quatro filhos?! – pois é... pense!), eu me sentia imensamente culpada, não só por trabalhar e estudar, mas especialmente porque nos finais de semana, no tempo que tinha com as crianças eu não tinha ânimo e paciência para fazer esse tipo de programa.

Recentemente aprendi que tempo de qualidade é estar presente. A mamãe pode não saber fazer slime, nem costurar, mas pode pentear os cabelos das meninas antes de elas saírem para a escola, ouvir as histórias sobre a educação física, o dever de matemática, pode escutar elas cantarem a música do momento, contarem as piadas que aprenderam com os colegas de escola. Pode também ouvir sobre as paqueras do mais velho, os mais novos lançamentos dos grupos de K-Pop, aconselhar sobre conduta no trabalho.

Nos finais de semana, uma conversa, um momento off-line, todo mundo sem celular, pode ter muita qualidade.

Meus filhos me viram estudar a vida toda deles, de uma forma ou de outra, fosse para dar aulas, para a faculdade, pós, concurso... e obviamente de vez em quando a culpa vem me assombrar. A diferença é que agora a reconheço mais facilmente e já a afasto, e continuo fazendo o que tem que ser feito.

Se a culpa em relação aos filhos é administrável, com a casa então... essa já foi rebaixada no ranking das prioridades. E se a louça dormiu suja na pia, ou se o uniforme das crianças não está super-mega-ultra bem passadinho, bom, a gente carimba o bom e velho “f*d@-se”.

Eu não vim aqui dar receitas prontas, nem poderia, diante das múltiplas realidades. Mas quero deixar uma pergunta para sua reflexão: a culpa que você sente... é “do bem” ou “do mal”?

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